quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pensata

"Considero Londres o melhor ponto de observação do mundo" (Henry James, 1843-1916)

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

London

"When a man is tired of London he is tired of life, because there is in London all that life can afford" (Samuel Johnson, 1709 - 1784)

domingo, 24 de agosto de 2008

Simplicidade


Cenas de um domingo preguiçoso na praia de Itaguaçu, em Florianópolis...
... e com direito à poesia romântica no banco da praça.

Paz e respeito às diferenças

O sítio Guiné Bissau Contributo, do jornalista Fernando Casimiro, o Didinho, publicou neste domingo um artigo de minha autoria, sobre a experiência que vivi como estudante de mestrado neste último ano na Universidade para a Paz (UPaz) , na Costa Rica. Você pode conferir o texto Paz e Respeito às Diferenças e aproveitar para conhecer o sítio deste combativo ativista político guineense, radicado em Portugal desde 1988. Boa leitura!

sábado, 23 de agosto de 2008

No coração da cidade



Florianópolis me surpreende a cada dia que passa. Mas nada te deixa mais baixo astral do que a violência crescente na cidade, especialmente quando ela passa de raspão por ti. Ontem, pouco antes das 13 horas, horário de almoço para boa parte das trabalhadoras da capital, um assassinato aconteceu em plena Praça XV de Novembro. Dois meninos-soldados do narcotráfico, de 15 e 17 anos, mataram à queima-roupa um rapaz de 24. A vítima cambaleou até a frente da Farmácia Panvel e terminou de morrer ao lado de um papa-entulho, aqueles contêineres enormes onde são depositados restos de material de construção. O motivo do assassinato é o de sempre: acerto de contas do tráfico de drogas. Centenas de populares presenciaram a cena, no coração da cidade. A polícia retirou o cadáver, mas ficou a poça de sangue. Minutos depois, os bombeiros limparam as marcas da morte. E a cidade manezinha terminou a digestão do almoço e voltou ao trabalho.

Catch the bomb

Organizações pacifistas, como a Anistia Internacional, Oxfam e Iansa (International Action Network on Small Arms), lançaram a campanha internacional Control Arms, que pretende pressionar os governos a ratificarem o Tratado Internacional de Controle do Comércio de Armas. O Brasil já assinou o documento. O tratado tem importante impacto local, como a redução do número das armas de fogo e de munições que provocam a morte de tantos jovens em nossas comunidades. Segundo as ongs, existe uma arma para cada dez pessoas no planeta. Para sensibilizar o público, as organizações lançaram o jogo virtual “Catch the Bomb” , onde você pode ajudar a recolher as bombas, granadas e minas ao lugar que elas merecem estar: no lixo. No Brasil, integram a campanha o Viva Rio e o Instituto Sou da Paz, de São Paulo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Hoje

Tristeza pelos atentados na Argélia e pelo acidente com o avião na Espanha. É por essa e por outras que tenho pressa de viver intensamente.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Talento Márlio

Xeretando blogs alheios em busca de novidades, encontrei uma ligação para o blog do primeiro ator de teatro que conheci, o Márlio da Silva, do querídissimo Grupo A de Teatro, do qual eu era fã de carteirinha na minha época de adolescência. Eu não perdia uma apresentação do grupo em Florianópolis, em especial da minha peça preferida, "Vivo Numa Ilha" que, por sinal, ajudou a revelar um outro talento, Ney Piacentini. Márlio mora em Amsterdã (Holanda) desde 1992 e tem um blog, O Corolário das Jararacas. Além de bom ator e escrever bem, ele continua um gato, apesar de o blog mostrar somente o perfil dele.

P.S.: Minutos depois, numa pesquisa mais atenta, descobri que Márlio esteve na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no mês de abril, participando da 1a Semana de Leitura Dramática. Eu não estava no país na época, mas com certeza teria ido lá para dizer que sou sua eterna fã. Na matéria da Agência de Comunicação tem foto e tudo. Realmente, ele continua um charme.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Pensata

"For most of history, Anonymous was a woman"
Virginia Woolf

domingo, 17 de agosto de 2008

Entre gatas e gatos



Saudade de um bichano ronronando por perto.
Este é Gigi, meu gatinho companheiro de últimos meses de Costa Rica. Foi um presente de meus amigos e vizinhos Naita Saechao e Federico Chialvo. Na verdade, pensei que fosse uma gata até o dia em que a levei ao veterinário para fazer a cirurgia de castração. Como o controle de natalidade deve ser preocupação de ambos os sexos, Gigi não teve escolha. O nome, em homenagem a uma cantora maravilhosa da Etiópia, acabou ficando o mesmo. Na foto acima, Gigi dorme o soninho da tarde e, embaixo, enrolado numa manta do povo masai, do Quênia.

O retorno necessário



Depois de meses, retorno ao blog. Retomo a língua portuguesa, licenciada durante um ano por causa de meus estudos de mestrado em uma universidade internacional, e o tema que mais aprecio e que pertence à minha vida, ao meu pensamento, à minha política: as fronteiras. E, principalmente, a ausência delas. O assunto me remete ao diretor de cinema que inspirou o título deste blog, Tony Gatlif (é de sua autoria "Exílios", no qual a personagem principal diz se sentir estrangeira em sua própria terra...).
Assisti ao último filme do cineasta, "Transylvania", às vésperas de minha partida da Costa Rica, em julho. De nome Michel Dahamani, Gatlif é nascido na Argélia, tem nacionalidade francesa e em suas veias corre sangue cigano, herdado dos pais, também de origem espanhola. E foram as fortes raízes que o levaram a filmar na bonita e mística região da Transilvânia, na Romênia. Para aquelas terras geladas e distantes segue Zingarina (interpretada pela atriz italiana Asia Argento) à procura do namorado que a deixou na França ou "en busca del hombre que ama, en el corazón de Rumania", como anuncia o cartaz no Arte Cine Lindora, em San José, capital costarriquenha.
A dor do amor perdido sangra ainda mais o coração de Zingarina quando ela reencontra o rapaz, Milan, e leva um fora sem qualquer piedade. É o início de uma tormenta psicológica que leva a mulher à beira da loucura. Ela vaga sem destino pela Transilvânia, mas cruza com personagens interessantíssimos, entre eles o charmoso cigano Tchangalo (o ator turco Birol Ünel), responsável por uma reviravolta em sua vida. Eles se apaixonam e têm um filhinho juntos. Por incorporar as vestimentas e o estilo de vida ciganos, Zingarina sofre na pele o preconceito contra o povo rom. Uma das preciosidades deste filme é o cruzamento de fronteiras em questões como nacionalidades, religiões e idiomas. Em alguns momentos é praticamente impossível identificar a língua em questão - se inglês, italiano, romeno, italiano, alemão ou tantas das diferentes variações lingüísticas que existem em um continente tão multiétnico como a Europa.
Volto a Gatlif e à sua forma de interpretar as fronteiras deste mundo, após uma visita recente a São Paulo, talvez o exemplo mais multicultural de cidade que tenhamos no Brasil. Ali, conheci o casal Alessandra e Mabrouk. Ela, paulistana, e ele, argelino da região da Cabília, mais precisamente de Bejaïa, capital da "petite" ou "basse Kabylie". No território da "haute Kabylie" está a cidade de Tizi-Ouzou, célebre foco de resistência popular nos anos 1950 e 1960 contra a sangrenta ocupação da Argélia pela França. Até hoje, a Cabília, com um dos menores índices de desenvolvimento econômico do país, luta pelo reconhecimento de sua cultura e de sua língua - o Tamazigh, popularmente conhecida como bérbere pelos ocidentais - pelo Estado argelino.
E a cultura da Cabília não é pouca coisa, não. Da região vêm grandes músicos, como Idir, nascido em 1949 em Aït Lahcène e radicado na França. Idir vive as contradições de ter nascido em um país e ter adotado - de forma voluntária ou não - um outro para viver. Em um de seus discos, Identités (1999), ele se questiona "porquoi cette impression étrange que mon pays s´éloigne chaque jour un peu plus et me renvoie une image de plus en plus mythique, alors que j´ai toujours dans la tête une valise prête, mais hésitante?".
Quem nunca viveu as contradições de se sentir diferente e dividido ao confrontar-se com diversos comportamentos, línguas, países e culturas? É por isso que o tema das fronteiras - sejam elas físicas ou sentimentais - fazem parte de todas as situações que eu vivo. São presentes e permanentes, principais e fundamentais no meu cotidiano. Necessárias para compreender-se os dilemas da sociedade, como o racismo, o sexismo, a homofobia e outras discriminações que perseguem os que não detém o poder político. Só a indiferença pode esconder estas contradições e a sensibilidade e o respeito às diversidades, torná-las visíveis.

P.S.: O encontro com Alessandra e Mabrouk aconteceu numa esquina movimentada na zona oeste da capital paulistana, junto com o meu querido Orlando, degustando um bom prato de macaxeira, carne de sol e bolinhos de abóbora com carne seca. Tanamirt (obrigado, em Tamazigh) pour votre amitié!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Pensata

Are the clothes you are wearing today made with child slave labour? How about your earrings and necklaces?

Watch "Slavery: A Global Investigation" in www.freedocumentaries.com/film.php?id=192

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Land of tomorrow I

I believe in a world without geographical barriers and frontiers, where we can move with freedom and without fear. I believe that, although we don't choose the place where we are born, we can live in a place of our desires and dreams. Maybe it is a place we will never be, but it hides deep in our heart and thoughts. That is what keep us moving in this world: the desire of reaching a place of tranquility and peace, away from wars and greed.
Thinking of it, I chose Wayne Visser's poem to illustrate the feelings of this Thursday evening.

I weep for Africa –
And my tears water the ground
Where the tree of life first took hold
And its severed roots still spread wide

I weep for Africa –
And my tears salt the wounds
Where the battle for freedom first was fought
And its fallen heroes still lie scattered

I weep for Africa –
And my tears mark the stain
Where the blackness of slavery left its trail
And the rust of chains still bleed red

I weep for the invisible:
For all those who still live in darkness
Because the light of the world's media is dim
And poverty's face does not sell

I weep for the forgotten:
For all those who died nameless
Because the eye of the world’s memory is blind
And history only remembers the conquerors

I weep for the ignored:
For all those who cry out in vain
Because the ear of the world’s commerce is deaf
And free trade is freedom for the few

I weep for Africa –
Whose mountains are scarred by greed
And whose deltas are slick with corruption
Because power is like cancer

I weep for Africa -
Whose valleys are lined with graves
And whose rivers flow with blood
Because revenge feeds on itself

I weep for Africa –
Whose villages are skeletons of mud
And whose cities are phantoms of dust
For progress leaves many homeless

I weep for the mothers:
For all those who cradle sickness
Because their compassion does not pay
And life still has a price tag

I weep for the fathers:
For all those who sweat for food
Because the forges of industry are infernal
And labour is still just a commodity

I weep for the children:
For all those who grow up too soon
Because the killer virus reaps a bitter harvest
And childhood is still a luxury

I weep for Africa –
But not tears of pity
For this is a land of countless assets
And a people of abundant resourcefulness

I weep for Africa –
But not tears of despair
For this is a land of vast potential
And a people of inextinguishable hope

I weep for Africa –
But not tears of judgement
For this is a land with its own destiny
And a people whose sun is on the rise

Yet for my forgetting of her ancient ways
And my ignorance of her hidden secrets
For my deafness to her fireside stories
Africa weeps for me too

And for my dwelling in her shadows past
And my cutting loose her community ties
For my arrogance looking from the outside in
Africa weeps for me too

Yes, for turning my back on her wild spirit
And bleaching the arc of her rainbow vision
For my veil of salty tears shed for her
Africa weeps for me too

Land of tomorrow II

An inspiring poem by Waine Visser (www.waynevisser.com):

I Am An African

I am an African
Not because I was born there
But because my heart beats with Africa’s
I am an African
Not because my skin is black
But because my mind is engaged by Africa
I am an African
Not because I live on its soil
But because my soul is at home in Africa

When Africa weeps for her children
My cheeks are stained with tears
When Africa honours her elders
My head is bowed in respect
When Africa mourns for her victims
My hands are joined in prayer
When Africa celebrates her triumphs
My feet are alive with dancing

I am an African
For her blue skies take my breath away
And my hope for the future is bright
I am an African
For her people greet me as family
And teach me the meaning of community
I am an African
For her wildness quenches my spirit
And brings me closer to the source of life

When the music of Africa beats in the wind
My blood pulses to its rhythm
And I become the essence of sound
When the colours of Africa dazzle in the sun
My senses drink in its rainbow
And I become the palette of nature
When the stories of Africa echo round the fire
My feet walk in its pathways
And I become the footprints of history

I am an African
Because she is the cradle of our birth
And nurtures an ancient wisdom
I am an African
Because she lives in the world’s shadow
And bursts with a radiant luminosity
I am an African
Because she is the land of tomorrow
And I recognise her gifts as sacred

A dream of a soundtrack

It may not be a surprise for many of you, but one of my recent discoveries is youtube. It has been an useful source for me on news and music, especially. It is like being connected to the different worlds there might be in this world.
I made a list of what I will call "A dream of a soundtrack", the songs I will take with me forever, wherever I go. Some of them I discovered with my friends at UPEACE, others I brought from Brazil, my home country. Enjoy them!

o Clocks (Coldplay)
o Talk (Coldplay)
o The hardest part (Coldplay)
o Don´t panic (Coldplay)
o Good Luck – Boa Sorte (Vanessa da Mata & Ben Harper)
o Gigi (singer from Ethiopia)
o Is it like today? (World Party)
o Man on the moon (REM)
o All Good Things (Come To An End) Nelly Furtado
o Try (Nelly Furtado)
o Saa Magni (Oumou Sangaré)
o Yala (Oumou Sangaré)
o Iowya (Angelique Kidjo & Dave Matthews)
o Ngomorera (Oliver Mtukudzi)
o Dzoka Uyamwe (Oliver Mtukudzi)
o Outro Lugar (Milton Nascimento)
o Aquarela (Toquinho)
o Requisitoire (Taby Ley Rochereau)
o Sisters are doin´ it for themselves (Aretha Franklin and Annie Lennox)
o Ooh, child (Nina Simone)
o O Relicario (Cassia Eller & Nando Reis)
o Dreams (The Coors & Fleetwood Mac)

Long time no see!

I have not been around for a long time... Since January, to be more precise. But I promise that I will be back soon. I am still in Costa Rica, in the last weeks of my masters program in Gender and Peace Building at the University for Peace (UPEACE). There is so much to do and to think about that I almost forgot my blog. Today I learnt about my friend Karla Santos´s blog (dublinenses2008.blogspot.com)and just loved it! This is just a quick text to say that I am still around, learning and living in a speed that reminds me of my time in New York City (1994-1997), where everyday was different from the previous one, and that in every corner you found a new surprise.